Entrevista engenheiro Nuno Barbosa
«REABILITAÇÃO URBANA TEM AINDA MUITO SUCESSO PELA FRENTE »
Pioneira e líder no desenvolvimento de tintas e revestimentos direcionados para a reabilitação urbana, a portuguesa Barbot continua na linha da frente deste setor em crescimento e que ainda tem muito sucesso pela frente, como nos conta o seu diretor técnico, o engenheiro Nuno Barbosa, em entrevista.
A reabilitação urbana tem crescido a olhos vistos em Portugal. Inicialmente, devido à crise que atravessou a construção civil e, atualmente, numa perspetiva de preservação do património e de fazer manter viva a história nacional. Que impacto tem a reabilitação no mercado da construção?
A reabilitação urbana serviu nos últimos anos de “salvação” ao mercado da construção civil, pois as obras novas deixaram de existir e então a reabilitação dos centros históricos das principais cidades foi tomado de assalto pela necessidade de acomodar todo o “boom” de turismo que houve no nosso país, principalmente nas cidades de Lisboa e Porto.
Que tipo de reabilitação urbana se está a realizar nas principais cidades portuguesas?
Como disse anteriormente os centros históricos, estão a sofrer uma intervenção profunda, com vários edifícios antigos a serem recuperados para alojamento, hotéis, etc. Para além disso, temos também a habitação social com um grande dinamismo nesse sentido.
A construção nova estagnou e muitas empresas viraram-se para a reabilitação, mas as premissas são diferentes. Houve a devida atualização de conhecimentos ou não há essa necessidade?
Nem sempre isso foi tido em conta pelas empresas. Por muito esforço que os fabricantes e as associações façam para chamar os seus clientes a terem formação, essas empresas nem sempre disponibilizaram os seus colaboradores.
O crescimento das obras de reabilitação levou também a aposta de novos produtos por parte da Barbot? Se sim, quais?
Sim. Podemos dizer que, nesse sentido, a Barbot esteve sempre atenta e antecipadamente foi preparando o seu portefólio de produtos dedicados à reabilitação. Fomos pioneiros no lançamento de tintas minerais à base de resinas de silicatos e também como sendo a primeira empresa de tintas a desenvolver um sistema de isolamento térmico (ETICS), o sistema Barbotherm, que neste momento apresenta quatro sistemas com aprovação técnica europeia. Para além destes dois exemplos temos a juntar o sistema SRB (Sistema de Restauro Barbot), Barbot Coberturas, Barboflex WP e Barbot Imper WP entre outros.
Que exigência trouxe a reabilitação no que diz respeito a soluções técnicas?
A reabilitação obrigou a um estudo bastante aprofundado para apresentarmos as melhores soluções para as diferentes necessidades.
Já há oferta suficiente de soluções ou ainda há mais produtos a ser explorados? Se sim, quais (tintas, pavimentos)?
Penso que as soluções existentes já conseguem abranger uma grande parte das necessidades, mas vão sempre surgir necessidades específicas que irão obrigar a desenvolvimentos específicos, quer seja no desenvolvimento de novas tintas ou outras soluções (pavimentos e outros revestimentos), como é o caso da gama de produtos Barbofloor e a mais recente gama de rebocos e cimentos cola.
Acha que Portugal acordou tarde para a questão da reabilitação urbana? Como qualifica a qualidade da reabilitação urbana em Portugal?
Podemos dizer que fui um misto de necessidade e de oportunidade. Necessidade porque o mercado de obra nova era quase inexistente e oportunidade devido à necessidade de “camas” para albergar todo este “boom” de turistas. Nem sempre a qualidade é um requisito, mas sim o custo e por vezes não se consegue juntar estas duas premissas para um bem comum.
Como perspetiva o futuro da reabilitação urbana em Portugal?
A reabilitação urbana ainda terá uns anos de sucesso.
Pode dar exemplos de projetos de reabilitação urbana, nos quais foram usadas soluções Barbot?
Reabilitação de património temos o exemplo da Igreja dos Clérigos e a Igreja da Lapa em que foram utilizados os produtos à base de resinas de silicatos, Primário BarbotArt e Tinta Barbotart Fachadas Históricas. No que diz respeito à reabilitação de habitação temos o exemplo do bairro do Regado (neste momento em curso), bairro de Santa Luzia, bairro do Carvalhido, Amial, Falcão, São João de Deus, entre outros.
Olhando em perspetiva, atualmente a Barbot está mais preparada para responder às necessidades da reabilitação urbana do que antes deste “boom”?
A Barbot preparou-se atempadamente criando diversas soluções que possam responder às diferentes necessidades do mercado, e já comercializa há vários anos estas soluções, que agora, surgem como novidade generalizada.
Quais as diferenças das exigências no que diz respeito a soluções entre reabilitação e construção nova?
O tipo de exigências é bastante diferente, pois temos de ter em conta diferentes aspetos, principalmente no que diz respeito à reabilitação, o maior desafio é que as novas soluções não comprometam os componentes já existentes.
Estão previstas novidades da Barbot em relação à reabilitação urbana?
A Barbot está sempre atenta às necessidades do mercado de forma a responder a todas as solicitações, também tendo em conta as preocupações do nosso consumidor final. O trabalho de I&D é contínuo, pelo que, estamos sempre a estudar e a desenvolver novas soluções diferenciadoras e que acrescentam valor ao nosso portefólio e ao mercado da construção. Exemplo disso, foi o lançamento no ano passado da Dioplaste Eco, a primeira tinta sem biocidas (sem conservantes) a ser comercializada no mercado Ibérico.
Entrevista publicada no site Vida Imobiliária